quinta-feira, 24 de abril de 2008

Sono H

Cavalos brancos correm pelo céu. Eles não têm asas, e se confundem com as nuvens.

Borboletas se arrastam pelo chão. Suas asas não suportam o peso da sua forma anterior.

Elas perderam a beleza e a graça, e agora são confundidas com folhas secas caídas ao solo.

Desatentos, alheios, nós as pisamos, e, ao perceber, sentimos nojo por ver o que tinha por dever se manter escondido.


Tudo é normal.


Olhamos para cima e contemplamos as nuvens.

De repente, elas se separam: são os cavalos brancos, correndo pelas estradas invisíveis dos céus.

O espanto é inevitável, e é ele quem começa a nos acordar.

Os cavalos iniciam a descida, e as borboletas o vôo.

As coisas começam a se inverter, e a voltar aos seus lugares.

Tudo ao seu tempo.

O sonho não acabou ainda...

Um comentário:

Paulo César di Linharez disse...

Nossa, prq tu não escreve toda vez assim?Sem aquele ilogismo clichê, triste e chato.

Nesse texto as idéias tão fragmentadas e o onírico dá a pitada surreal da parada, tudo na medida certa.

Muito Bom, parabéns!