domingo, 14 de setembro de 2008

O sobrado do fim da rua 2

No fim da rua, sobrou um sobrado.
Sobrou um sobrado no fim da rua.
Além do sobrado, sobraram lembranças
Amores e ódios
Alegrias e tristezas.
Tudo isso que sobrou
Sobrou com o sobrado
O sobrado do fim da rua.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

De volta ao pessimismo

Os prédios caem uns por cima dos outros
Amontoando-se em ódio e desgraças
Os jardins, com as flores e as roseiras, estão soterrados
Escondidos debaixo de uma espessa fumaça
Que se ergue aos céus em meio ao sonho e à esperança
Separando-os em um e em outro.
À tarde, não se vê mais a luz alaranjada do sol
Ou é noite, ou as nuvens cinzentas encobrem o infinito azul celeste.
Às crianças restou o concreto
Aos adultos, a culpa.
Ninguém ousa levantar a cabeça
Todos choram pelo ocorrido, com os corações apertados.
O próprio sonho se tornou uma utopia
E viver, um castigo divino.