terça-feira, 12 de agosto de 2008

Cérebro de minhoca

Não sei se são meus olhos
Ou se o relógio está adiantado,
Mas já é noite, e o céu continua claro.

Talvez seja a lua,
Que hoje brilha como o sol nos dias quentes.
Eu não sei o porquê.

Tem tanta coisa que eu não entendo
Que eu já deixei de tentar entender.

Deve ser melhor não saber de tudo.
Não conhecer tudo.
Porque assim há sempre algo a ser conhecido
Algo para surpreender os olhos velhos
E acordar os cansados.

... Que injustiça!... Onde ficam os cegos nessa história?

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Uma tarde sentado na beira de uma rodovia federal

A água corre suave no rio
Nem parece existir correnteza.
Essa idéia muda no meu ato de mergulhar
E tentar inutilmente nadar contra a inércia das águas.

Quem vive na cidade se desacostumou com a vida no campo
Com a vista serena dos regatos e das árvores
E o canto perene dos pássaros.

Quem vive na cidade esqueceu que a vida floresce
Lembra apenas que a vida corre e que o tempo é precioso
Não porque é tempo, mas porque é dinheiro.

E no campo, as árvores balançam à menor brisa
Dançando conforme a música
Em sincronia perfeita.

Os pássaros voam
E cantam com os grilos
Num coral de vozes hipnotizador.

Tédio é trabalhar
E o tempo passa lento
Para aqueles que o sabem aproveitar.

Indiferente à cidade é o campo
E tudo o que lá acontece
Recebe de bom grado a indiferença dos seus irmãos da cidade.

No campo, se mantém a essência
Na cidade, ela foi perdida
Longa é a vida no campo
Na cidade, derradeira.