- Mate-a!
Disse Melissa, enquanto apontava para o chão.
- Não o farei.
Respondeu H.
- Se não o faz, eu faço!
Retrucou ela, furiosamente.
Em seguida H. fez-se triste e inconsolável, enquanto dizia:
- Por favor, não.
Melissa ficou sem entender o motivo de H. não querer realizar simples ato. Então perguntou:
- Por quê não? É só uma barata.
Indignado com o comentário de Melissa, H. inicia um breve discurso, tentando assim convencê-la a não matar a barata.
- Esperava da tua parte, ao menos um pouco mais de respeito. Não vês que a barata, como um inseto asqueroso e nojento, vive entre nós mesmo sendo renegada e repudiada pela maioria? Não vês, pois, que ela é o que é, e aceita tal fato, enquanto nós fingimos ser o que não somos?
Não vês que ela, mesmo sendo frágil e vulnerável, enfrenta a tudo e a todos, fugindo apenas quando a morte é iminente, enquanto nós estamos sempre fugindo? Não vês que, por tanto tempo viveu a barata, sem mudar, enquanto nós dependemos da mudança pra viver?
Disse ele.
- Desculpe, não.
Respondeu Melissa, seca e friamente, indiferente ao que H. acabara de falar.
Ouviu-se depois apenas um som surdo e não muito agradável. Era o som da morte da barata.
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